Eu caminhante do mundo
sou cria e rebento de verso e violão.
E entre embaraços e acordes
desato os enredos pelo sim, pelo não…
E se o amor me gostar
o amor é de quem tem
deixa assim como está…
Eu tenho muito mais pra guardar
que o perdão pra esquecer…
Toda procura murmura
se muda, se ausenta, fecunda palavras…
Bate no peito, renega
tira leite de pedra
quando a dor pega a estrada…
Meu paraíso e ramada
tua sombra copada
vive em meu interior…
Um dia ainda solto as amarras
e volto pra casa do jeito que for…
Tem coisas que só o tempo traz
e a gente se refaz
e aos poucos se desprende…
Segue estradeando, encharcando as vistas
pensarolando, criando trilhas…
E ritmado, descompassado
parte fraseado e o chão sente a porfia…
Ao ir-se-embora,
nada é pra agora, virou poesia…
Em que pese o entorno, o mesmo riscado
logo vem outra melodia
e eu guardo as ideias em movimento
pra não ser alcançado!
E me recuso em repetir aquilo tudo que ouvi dizer!
Lá, onde a alma da minha iguala até no risco de ser interfere…
Lá onde ninguém faz milonga só porque prefere.