Letra: Vaine Darde
Música: Lênin Nunes
Intérprete: Chico Saratt
Capão da Canoa e Santo Antônio da Patrulha
Em todo espelho me vejo
Num labirinto de Borges
Quando me encontro me perco
No que me prende e me foge
Porque não olho pra dentro
Igual aos olhos de Borges
Meu tempo escorre pra fora
Numa ampulheta quebrada
Apenas canta o que chora
Ferido da própria espada
Tendo o signo da espora
Na pampa desconsolada.
Pois nos porões da memória
Por não ter chave não entro
Meus olhos de olhar pra fora
Não sabem olhar pra dentro.
A face que me revela
Não fosse lisa do vidro
Me faz prisioneiro dela
Num estranho refletido
O mundo externo é uma cela
Onde me encontro detido
Eu vivo fora de mim
A cada verso que foge
Se perde pelos confins
Nas setas do meu alforge
Eu sou o inverso de mim
No universo de Borges.
Violão aço: Lênin Nuñes
Violão nylon: Maurício Marques
Bandoneon: Carlitos Magallanes
Teclado: Vitor Peixoto
Teclado: Marco Ungaretti
Cello: Celau Moreira
Sax alto: Daniel Zanotelli