(Ricardo Freire e Jaime Vaz Brasil)
Intérpretes: Lúcia Helena e Ivo Fraga
Santa Maria e Porto Alegre – RS
Nau dos loucos pelo pampa;
Arreio que encilha o nada.
Cavalo insone, sem freio.
Norte f eito sem estrada.
Espora perdida e surda
no galpão inexistente.
Histórias não ocorridas
que habitam cada vivente.
Nau dos Loucos pelo Pampa.
Sono ao solo dos sensatos.
Semente azul do arco-íris.
O poema é mais que fato.
Melodias do impossível,
clave em pautas flutuantes.
Parlamentos sustenidos
compondo leis dissonantes.
Nau dos Loucos pelo Pampa.
Chuva de baixo para cima.
O calendário dos homens
deu asas de vez ao clima.
Flores no inverno, no outono
e mesmo na primavera.
Do céu caem mil dinheiros
e o povo não se aglomera.
Nau dos Loucos pelo Pampa.
Se postam cartas sem selo.
Janelas, trancas e portas
com dobradiças de gelo.
Terremotos sobre o vento –
nau das naus, nau incerta.
Queda livre do infinito,
e a porta do céu, aberta.
Arranjo, Teclado e Vocal: Ricardo Freire
Teclado: Paulinho Bracht
Baixo: Luiz Martins
Bateria: Marcelo Freitas
Percussão: Sandro Cartier
Guitarra: Jair Medeiros e Andrei Copete