Anda em descompasso com seu coração,
A trocar as pernas e sem direção,
A revelar fraquezas perante o mundo que não perdoa.
Anda pelo avesso sem dissimular
Uma dor profunda que não quer passar,
E a sonhar com o colo de uma milonguita pra chorar à toa.
Anda a questionar os rumos que tomou,
E a se perguntar por que não topou
Ir beber a vida até se emborrachar e não pagar a conta?
Mas será possível? Será o que Deus quiser?
Será que Freud explica? Mas será o pé?
Onde vai parar se é que vai parar? Quem é que lhe conta?
– Deixa de bobeira, que só o lobo bobo quer deitar a casa…
Que nessa fogueira, quanto menos lenha, mais calor a brasa!
Anda pelas ruas da desilusão
A uivar pra lua e a pedir perdão
Por alguns pecados… um pobre coitado que está perdido…
Pra que tanto drama, se isso é tão normal?…
E se a vovozinha perdoa o lobo mau?
No final da história, muito caçador vai concordar contigo…