(Mauro Moraes)
Intérprete: José Claudio Machado
Coisa esquisita a gadaria toda,
Penando a dor do mango,
Com o focinho n’água;
O campo alagado nos obriga a resa,
No ofício de quem leva,
Pra enlutar as mágoas…
O olhar triste do gado atravessando o rio,
A bába dos cansado,
Afogando a volta!
A manha de quem berra no capão-de-mato,
E o brado de quem cerca,
Repontando a tropa!!!
Agarre amigo o laço
Enquanto o boi “tá” vivo,
A enchente anda danada,
Molestando o pasto,
Ao passo que descampa,
A pampa dos “mirréis”…
E a bóia que se come retrucando o tempo,
Aparta no rodeio a solidão local,
Pealando mal e mal o que a razão quiser!!!
Amada:
–Me deu saudade!
— Me fala que a égua “tá” prenha!
— Que o porco “tá gordo”!
— Que o baio anda solto!
— E que toda cuscada, lá em casa, comeu!!!
Coisa mais sem sorte esta peste medonha,
Curando o mais “bichado”,
Deu febre no gado…
Não fosse a chuvarada se metendo a besta,
Traria mil cabeças,
Com a benção de pago!!!
Dei falta da santinha limpando os peçuelos,
E do terço de tento,
Nas preces sinuelas…
Logo em “seguidinha” é Semana Santa,
Vou cego pra barranca,
E só depois vou vê-la!!!
Acordeon: Paulinho Cardoso
Guitarron: Osmar Carvalho
Violão Solo: Toninho Rocha
Viloão Base: Mauro Moraes
Arranjo: Coletivo