Como se a vida fosse
uma folha em branco
que viraste agora
E com tuas mãos, enfim,
pudesses escrever
uma nova história
Tudo por fazer,
o mundo ainda tão novo
te pedindo a escrita
A boca sussurrando
a forma das palavras
que um dia serão ditas
Como se sonhasses
um engenho novo
reinventando o tempo
E desses o teu gosto
– a tua assinatura –
à arte desse invento
O horizonte aberto,
o sul, o norte incertos,
à espera dos teus passos
Na esquina ali em frente,
a esperar a gente
a paz de um novo abraço
Mistério de viver, o eterno renascer
a cada novo dia
O que virá, virá! (e sempre há de vir),
o futuro não se adia!
Mas escolher a fruta boa,a canção que soa
O tom da nossa voz…
o que fazer de cada dia… Essa é a nossa poesia
Isso sim, pertence a nós!
Como se nascesses
para um novo mundo
neste exato instante
E as coisas simples
fossem doravante
as coisas importantes
Um afago, um beijo,
um abraço amigo,
um momento a dois
Porque o demais não conta,
o tempo das ausências
fica pra depois!