Gênero/Ritmo básico: Milonga
Letra: Jaime Vaz Brasil (Pelotas – RS)
Música: João Bosco Ayala e Everson Maré (Guaíba – RS)
Um vento leve em meu corpo
ergueu-me um pouco do piso.
(O real do imaginário
coração, já não diviso).
A mentira e a verdade
são vizinhas e distantes
erguendo suas pandorgas
sobre um muro flutuante.
(Alaridos de guerrilha,
mansidões de peregrino,
cada verso tem o peso
de um planador sem destino
voltando aos poucos à pista
que talvez ainda exista).
Do concreto ao intangível
o poema vai ao muro
pleno de pampa e de mundo,
solto às linhas do futuro.
A caminho da fronteira
o silêncio se conjuga
enquanto cerra ou transpassa
as portas de cada fuga.
(Olhos fechados, me escuto
e ouço por dentro um menino
dizendo que em cada verso
há um planador sem destino
voltando aos poucos à pista
que talvez ainda exista).
Violões – João Bosco Ayala e Everson Maré
Contra baixo – Guaraci Guimarães
Piano – Nilton Jr.
Percussão – Mano Ayala
Bandoneon – Carlitos Magallanes
Intérprete: Robledo Martins