De Ricardo Martins
Intérpretes: Ricardo Martins e Pirisca Greco
Se escancara a porteira
Que o laço não faz barriga
Numa reboleira de crina
De um potro recém pegado
Estirado sobre os bastos
Qual duas azas de morcegos
Um peleguito moreno
Num maneador debruçado
É doma, é doma
E as choronas que são flor de tagarelas
Trazem uma quietude com elas
De se meter se preciso
Com certeza é o pé no estribo
E a mão canhota na rédea
Qual vou terceando com elas
Num despraião campo lizo
Numa cantoria de esporas
E aos manotaços na cara
O tempo fróxa as amarras
N’outro galope que soma
É um quadro xucro a doma
Um forssejando com outro
É a imagem de homam e porto
Que campo afora se assoma
É doma, é doma
E das boconas num clarear de primavera
Se trançam as duas feras
Numa luta por igual
D’onde a fúria de um bagual
Nunca que foi coisa pouca
E o tento em volta da boca
Vai floriando o pastissal
Marcelo Pimentel: percussão
Marcelo Nunes: gaita botoneira
Juca Duarte: baixo
Evair Gomes: recitado
Ricardo Martins: violão