37ª Moenda da Canção

BAILONGO NO MATO GRANDE

Vanera

Letra: Jaime Caetano Braum
Música: Lucio Yanel
Intérprete: Luís Marenco

Um par se vem
Outro que fica
E a gaita louca
Se desmancha no salcero
Salta faísca com fumaça de candeeiro
Que reberbera no cabelo da marica.

A gaita velha
Muitas vezes é culpada
Do diz que diz que
Dos cochichos e segredos
Mas o gaiteiro faz de conta e não diz nada
Porque ele sabe
Que os culpados são os dedos.

De cada china
cada olhar é uma arapuca
Promessa linda
Que tonteia quando chama
Na vanerita
Que se adoça e se derrama
Um céu de estrelas
Nas pupilas da maruca.

Um galo canta
Um cusco acoa
Um touro berra
E na penumbra
A parceira se abaguala
O chinaredo farejou cheiro de terra
E há uma neblina galopeando pela sala.

E a gaita xucra
Se aveluda, depois se amansa
Num soluço de ansiedade
E anda nos ares
Gaguejando uma saudade
Não há quem saiba de onde vem tanta ternura.