Quem tem vício de andejar
É dependente dos caminhos
Traz a solidão de tiro
E aprende as cruzar sozinho
Bem na boca da noitinha
Na hora em que o sol se amansa
E o meu rosilho descansa
Num pouso já combinado
Espiei por entre as flores
Dois olhos amendoados
Foi feito um laço estirado
Numa armada de potriada
Vi minha alma acalentada no calor do teu olhar
Num instante quis largar
O meu destino de proscrito
Em teus olhos “tava” escrito
Tudo que vivi a campear
Cruzando ao tranco na estrada
Na solidão de andarilho
Me prostei de corpo e alma
Diante de um sorriso lindo
Pois antes de ver teus olhos
Era eu e o meu rosilho
Desemalei o meu poncho
Depois de tanto andejar
E entreguei minha alma inteira
Em versos pra tu cuidar
Desejei rancho e galpão
Um parapeito florido
Um petiço doradilho
Pra o colégio da piazada
O rancho espiando pro norte
Abrigo das madrugadas
O tempo esqueceu das horas
E parou por um segundo
Eu repensei o meu mundo
E esse destino andarilho
Banquei na rédea o rosilho
Refiz meu plano de vida
Pois vi nos olhos da linda
As feições de nossos filhos