Letra: Maurício Barcelos – POA
Música: Paulo Fleck
Interpretação: Maurício Barcelos
Sou criador e criatura
Nessa vida que mistura
A verdade da metáfora
Na lucidez da loucura!
Sendo somente o que invento
Sou surreal noutro tempo
Um prisioneiro a buscar-se
Num labirinto de vento.
Na solidão das alturas
Deixo que os sonhos se plantem
Pra ir além das molduras
Desses retratos de ontem.
Sou a razão no delírio;
A tradução dos avessos;
Um deserdado no exílio;
A face que desconheço!
Deixo cair minha máscara:
Um trágico riso de espanto!
Sou nesse palco vazio
Pecador em corpo santo
Se buscares meus rastros,
nos teus descompassos saberás de mim!
Na encruzilhada dos ventos
(além do meu tempo)
há de me encontrar…
E assim…
Deixa que eu te leve leve
como um sonho mundo
que proclamo em calada voz!
Deixo que me guardes
nas prisões do peito, pois tu
Serás cativo e teu algoz!
Percussão: Fabrício Coelho
Contrabaixo: Guaraci Guimarães
Piano: Carlos Garofali
Bandoneon: Carlito Magalhanes