Letra: Márcio Costa
Música: Pedro Guerra e Beto Bollo
Intérprete: Kako Xavier
Negra África, negra fome,
Negro luto.
Não a viste em Maputo?
Da vida…
Não é pra ficar?
Crianças a sugar o nada até inchar.
De vento…
Vento do sahel gemendo de inanição.
Fome na Etiópia,
A Abissínia do Preste João
Fome D’Angola,
Tô fraco, tô fraco…
E não é pra ficar?
A fome de Moçambique vem de Pretória,
Que suprema glória!
Da raça branca
Branca Europa onde o Papa canoniza
Enquanto, negra, a África agoniza.
Morre negrada! Morre negrada!
Como morreu e morre a indiada
Da América,
Que índio morto não é ruim.
Viviam o ouro de Tupac Amaru e Guatimozim
E a montanha de prata de Potosi!
Roubados por cruz e espada em frenesi
para reis e magnatas
por canalhas e piratas.
Matas? Matas! Matas da África
Prenhas de escravos d’Angola e da Guiné
Bantos, cabindas e de Daomé
Que negro é prorelho ou não é?
No tronco ou no pelourinho de pé!
Na cana, gado, algodão, café.
Mucama na cama pro cafuné.
Negra África, negra fome,
Negro luto..
Bombo leguero e vocal: Ernesto Fagunde
Percussão e Vocal: Giovani Bertti – Eduardo Pacheco
Baixo e Vocal: Beto Bollo
Zamponha e Vocal: Josiane do Nascimento Picada
Violão e Vocal: Pedro Guerra
Baixo e Voz Solo: Kaco Xavier
Arranjo: Beto Bollo