(Mauro Marques e Chico Saratt)
Intérprete: Chico Saratt
São Leopoldo e Porto Alegre – RS
Cansei da vida perversa
que a vida, sofrida, assume;
da eterna mesa vazia,
do sol a esconder seu lume.
Cansei das falsas promessas,
dos engodos desses planos,
da tola crença de um povo,
dos finais em desenganos.
Cansei dos tantos senhores…
mesmos nomes,
novas caras:
dos santos camaleônicos,
fantasias… coisas raras!
Cansei das indiferenças,
dessa sina amarga e crua,
da criança seminua
a se perder nas esquinas.
Cansei das mesmas andanças…
cansei de enfartar artérias,
de replantar esperanças
pra sempre colher misérias.
Cansei de mandar pra o espaço
a gana da rebeldia:
de ficar cruzando os braços,
dia e noite, noite e dia…
quem sabe desse cansaço,
desperte o grito de “basta”,
o estouro do cimbronaço,
a ventania que arrasta?
Quem sabe a voz do vento
ecoe na inconciência,
movendo velhos moinhos,
parados pela dormência?
quem sabe a alma se agite
sem esperar o que aconteça
e a noite veja seu dia,
mesmo antes que amanheça!
Baixo: Clóvis Boca Freire
Teclados: Ricardo Freire
Bateria: Marcelo Freitas
Violão: Mauro Marques
Arranjo: Ricardo Freire e Dado Jaeger