Letra e Música: Luiz Carlos Borges
Intérprete: Luiz carlos Borges e Banda Estado das Coisas
Viamão RS
Nasci num ano bom
Sou ariano, sou de paz
Cresci fazendo som
E este som é quem me trás
Eu saio quando penso
Eu chego quando quero
Eu nunca fico tenso
Eu não me desespero
A estrada não tem culpa
Se a gente pega pó
Mas sei que é dose-dupla
Viver desatando nó
É pouca claridade
Na linha do horizonte
Mas eu vou com vontade
Em busca dessa fonte
A vida está dura
Mas batendo a gente fura
A mais de trinta anos
Que eu ando por aí
E entre um baile e outro
Muita coisa eu aprendi
Ouvi Nenhum de Nós
Num roque de ruir
E o roque milongueiro
De Engenheiros do Havai
Vi Sérgio Jacaré
Conversar com Silva Rillo
No dia desse encontro
Não se ouvia nem os grilos
Ficou timbrada em nós
Essa roite barranqueira
Entre um Mate por Ti
E as Paixões Arrabaleras
Ja ouve um burburinho
Foi quando Borghetinho
Vendeu mais de cem mil
Aí foi um estouro
Abriu-se a porteira
Ganhou disco de Ouro
O Gaúcho da Fronfeira
Incrível o sucesso
Da dupla da Esbórnia
E o regulamento
Que mudou a Califórnia
Nasceu o Musicanto
Surgiu um novo som
E mesmo assim há tantos
Que não mudam o tom.
O osso segue duro
De roer e de quebrar
Mas o Élton Saldanha
Que louco de atar
Me disse outro aia
De braço com o violão
Que acha que a saída
Esta na tradição!
Não sei se está certo
O Cavaleiro da Paz
Se faço o que ele disse
Ou se faço o que ele faz
A música do sul
Não anda, não decola
E tem muito artista
Preferindo jogar bola
Eu lembro com saudade
Dos Bertussi, Tio Bilia
Do velho Gildo de Freitas
Que cantava “Aporfia”
Do grande José Mendes
Que chegou virando cisco
E o mestre Teixeirinha
Que vendeu milhões de discos
Aqui atualmente
Não se passa dos dez mil
Tem festa da pesada
Quando alguém vende cem mil
A USA e a ACIT
Dizem que vão ir até o fim
Com Osvaldir e Magrão
E com Wilson Paim
Já viu Porca Véia
Suando num gaitaço
Num baile de rodeio
Seguro no compasso
E os “home” do Alegrete
No disco Fagundaço
É lindo de se ver
Quem sabe dar puaço
O João de Almeida Neto
No tango ou na milonga
Se abre aquele peito
É um concerto de arapongas
Aqui temos de tudo
Agora vou falar
É que nem olho d’água
Quanto mais tira mais dá
Aqui tem hip-hop
E tem funk a dar c’um pau
Também tem muito rock
E marchinha “halisblau”
Tchê music crescendo
Co’a Patrulha dê-lhe pau
E muito CTG
Que só cuida de Sarau
O bom nessa mistura
E que engrossa a discussão
Porque quem se segura
Não resbala o pé no chão
Qualguer estilo é bom
Instrumento não fala
Mas a gente tira som
Do rock pra vanera
Da vanera pro batuque
Do reggae pro xote
É ao vivo não tem truque
Tem bandas do caralho
E o povo diz no pé
Nas escolas de samba
Não troco minha terra
Por nada nesse mundo
Eu sou gaúcho tchê
Tô no raso tô no fundo
Quero ver quem me desdiz
Não tá faltando nada
Pra gente ser feliz
Eu vou gravar um disco
Carregado de emoção
Em dupla com o Egisto
De guitarra e de violão
E se a Dama da Noite
Me levar pro Opinião
A festa vai ser grande
Vai ter canja de montão
Convido o Patinete
Pois confio neste louco
Porque conhece tudo
E mando contratar
A Bandaliera e Os Mirins
Que é pra misturar
os de bombacha e os de jeans
Pra o show vou convidar
O Nei Lisboa e o Biriva
Pra ver o que vai dar
Rock pop com nativa
Não vai ter quem te salve
No meio do zum-zum
Quando Bebeto Alves
Cantar o tum tum tum
A terra anda seca
Mas dá para plantar
No sítio dos Serranos
Com todos os defeitos
A gente é irmão
Violão aço e vocal: Tiago Ferraz
Violão: Luiz Carlos Borges
Guitarra e vocal: Rodrigo Tavares
Baixo e vocal: Cláudio Coelho Joner
Bateria: Guilherme Gull
Teclado e vocal: Alexandre Gaiga