Nem os fantasmas da casa podem explicar
Enclausurados nas paredes tremem sem falar
A luz da porta e das janelas se fecharam para o dia
Ficou fazia a sala sem ninguém pra se assuntar
Até o quadro desbotado dos avós
De olhos abertos para o nada pendurados
Calados,pendurados,calados.
As finas teias tecidas prendem com suas malhas
A cadeira de balanço silenciou
Empoeirada e despida a velha mesa sem toalha
Serviu as taças de poeira que se fartou do nada.
A solidão se abancou junto a lareira
Encheu de cinza a ‘’cambona’’ pra matear
Chiou o vento que entrou batendo a porta
Anunciando que a alegria irá voltar
Pra casa,pra casa irá voltar.