21ª Moenda da Canção – Um festival maduro com ideias novas.
Resultados:
• Melhor espetáculo apontado pelo júri
• Melhor conteúdo musical
• Melhor conjunto instrumental
• Melhor espetáculo em votação popular:
• Melhor Direção
• Melhor Visual de Palco
• Melhor conteúdo literário
Melhor arranjo: Miguel Tejera, em Duas Vozes do Camdombe
Melhor instrumentista: Cesar Moraes, em Cidade Baixa
Melhor intérprete: Wolf Borges, em Singular
Os seis espetáculos da Final da Moenda 21:
CIDADE BAIXA
Fausto Prado e Caetano Silveira, de Porto Alegre, vencedores da 17ª Moenda com Alto-mar, voltaram a vencer na Moenda 21 com o espetáculo Cidade Baixa, mistura de música e vídeo que colocou no palco o espírito do maior bairro boêmio de Porto Alegre. Cidade Baixa é samba-rock-pauleira na interpretação performática de Andréa Cavalheiro, Alex Alano e Ana Krüger, com uma banda espetacular: Mano Gomes na bateria, Giovanni Berti na percussão, New e Vitor Peixoto nos teclados, Cesar Moraes no baixo, e o musical contou ainda com a participação do ator João França no vídeo editado por João Seggiaro, inteligente e muito bem integrado à sonoridade afro-elétrica das canções. Entre as canções do espetáculo está Chaga, a mesma música que ficou fora da final do Festival da TVE no ano passado, apesar da consagração do público. O prêmio formalizou um consenso no ginásio.
Afro-Açoriano trouxe para a Moenda 21 Cléa Gomes e Carlos Catuype, os músicos Mário Gubert, PC, Salgado, Mário Duleodato, Ben-hur Benitz e o declamador Romeu Weber, além da participação especial dos grupos Dança Casa dos Açores, Maçambique e Pérola Negra. O público votou e escolheu Afro-Açorianocomo melhor espetáculo da noite. Resumo da obra de pesquisa de Ivo Ladislau e Carlos Catuype sobre a música litorânea, o espetáculo teve a participação de dezenas de figurantes nas encenações das festas folclóricas citadas na música. Pela apresentação, o grupo recebeu também os prêmios de melhor visual de palco e melhor direção cênica. Entre as músicas, Tropeiros do Divino, vencedora da V Moenda, e outras vencedoras de outros festivais. Alta qualidade musical associada ao folclore local descoberto e estimulado pela própria Moenda ao longo de seus vinte anos.
Criado por Mariana Vellinho, de Porto Alegre, Ângelo Franco de Santiago e Miguel Tejera, de Rivera, o espetáculo Duas Vozes do Candombe trouxe a Santo Antônio Alejandro Massiotti, Pirisca Greco, Daniel Zanottelli, Eduardo Varella, Ângelo Primon, Mimo Aires, Martin Cruz, Marco Zanini e Fernando Ochôa. Duas vozes do candombe foi uma surpresa, diluindo as fronteiras entre a música gaúcha e a uruguaia, com longos momentos de música instrumental que valeram o prêmio de melhor arranjo sob um texto teatral que recebeu o prêmio de melhor conteúdo literário. No final, os tambores de candombe dominaram a cena e encantaram o público.
Wolf Borges pertence à nova geração de músicos mineiros e trouxe para a Monda 21 seu espetáculo Singular, música brasileira onde os ritmos e as melodias buscam resgatar consagrados estilos musicais brasileiros como o maracatu e o frevo, a congada mineira e o samba com influências da world music, do bolero, rock e jazz. Wolf Borges foi o melhor intérprete sob o aplauso de todos, com seu jeito mineiro de utilizar falsetes e uma presença de palco notável. Sem falar na qualidade da música e dos músicos que o acompanharam, Rafael Toledo, violão, Omar Fontes Júnior, teclados, mais o percussionista gaúcho Giovanni Berti em uma performance memorável.
UBUNTU – Conectividade Humana foi o espetáculo que o paulista Carlos Gomes e a mineira Ivânia Catarina criaram para a Moenda 21. Eles apresentaram músicas com temática afro-brasileira baseadas noUbuntu, conceito tradicional sul-africano que traduz a crença no compartilhamento capaz de conectar toda a humanidade. Carlinhos e Ivânia trouxeram com eles dois percussionistas de São Paulo, Eduardo Sueit e Ton Zé, e apresentaram um espetáculo impressionante pela qualidade musical, um brasileiríssimo som africano representado com perfeição na figura de Ivânia, simples, comunicativa e exímia na arte de cantar.
Doma, o espetáculo que Ricardo Martins trouxe de Santana do Livramento para a Moenda 21, apresentou no palco todos os detalhes da arte e da ciência de se domar um cavalo, com a interpretação de Pirisca Greco e Ricardo Martins, gaita botonera de Marcelo Nunes, baixo de Juca Duarte, declamação de Evair Gomes, percussão de Marcelo Pimentel, dentro das mais verdadeiras raízes culturais da fronteira riograndense. Uma música de raiz campeira com espaço para inovações e para as interpretações marcantes de um grupo de músicos da vanguarda do tradicionalismo gaúcho.
A Moenda 21 foi cheia de novidades
• Cada autor ou parceria musical classificado apresentou um espetáculo musical com duração máxima de quinze minutos, contendo composições de um mesmo autor ou parceria, sendo livres as idéias, os temas, os músicos, os arranjos e instrumentos utilizados.
• Foram igualmente apreciados e julgados os espetáculos de música instrumental, assim como espetáculos que incluiram textos e interpretações teatrais, recursos cênicos, dança e coreografia ou misturas variadas desses elementos;
• Foram também apreciados e julgados todos os projetos musicais, sem distinção de linhas ou categorias, podendo concorrer espetáculos eruditos e populares, cômicos e dramáticos, adultos e infantis, folclóricos e de vanguarda, assim como misturas variadas destes e de outros recursos destinados a qualificar cada espetáculo.
• Seis espetáculos chegaram à Finalíssima e estão no DVD da Moenda 21.